quinta-feira, 20 de junho de 2013

Não foi à toa, pacato cidadão

Política. Tá aí uma coisa que eu não me envolvo muito. Até sei o que acontece e talz, não digo que sou alienada. Não. Mas um ser politizado no sentido essencial da coisa, não. Acho, no entanto, muito bacana toda essa mobilização dos últimos dias. Interessante, diria eu, lá do alto do meu humilde ideal político.
Acho que todo esforço vale a pena e não fica sem retorno de jeito nenhum. Não posso dizer que essa é a melhor abordagem que os nossos "pacatos cidadãos" poderiam ter escolhido, mas acho válida. Demais. E bagunça, baderna e vandalismo são inevitáveis numa coisa assim. Não compreendo a incredulidade de alguns diante desse fato. O que não pode é deixar que isso seja dominante e por hora não é, mas é completamente previsível, afinal somos pacatos, mas nem tanto assim, segundo sprays de pimenta e balas de borracha (ou não) têm revelado através de uma mídia nem tão confiável assim (?!).
Acho bastante, digamos, até mesmo enervante, o sentimento de obrigatoriedade em participar dos protestos na rua. Democraticamente, cada um faz o que acha melhor, ou pelo menos deveria. Tem gente que vai pra rua somente pra dizer que foi. E a maioria sequer compreende a complexidade dos acontecimentos e é aí onde reside o maior problema desse movimento. Falta uma certa dose de conscientização. e eu tenho lido, visto, ouvido cada absurdo que me deixa perplexa com a falta de entendimento de alguns. E eles nem percebem isso. Eles não entendem que não têm entendimento algum. Redundante. Mas é isso mesmo que eu tenho visto. Alguns não querem políticos envolvidos, mas não percebem que toda essa mobilização é política. Então, além de redundantes, contraditórios.
Fora as utopias que a pessoa tem que ouvir. As imagens tolas e cheias de superficialidade. Coisas como "o gigante acordou", "manifesta Brasil" (como se fosse um espírito, credo!), "hospitais no padrão FIFA". Não levam à nada. Tolices desnecessárias. A coisa é bem maior que isso tudo.
Apesar de tudo, é uma causa comum a todos mesmo, sem restrições. Não adianta pensar que não tem a ver comigo ou com você. Tem sim. E isso é o que mais me chama atenção. Estamos unidos como nunca ou como há muito não estivemos. Todos juntos, ainda que separados. Marchando, fazendo, pensando, olhando, dizendo... E tudo sobre a mesma coisa, concordando ou não. Isso sim é uma nação no sentido real. E só isso já valeu a pena, pacato cidadão...

"Oh! Pacato Cidadão!

Eu te chamei a atenção
Não foi à toa, não
C'est fini la utopia
Mas a guerra todo dia
Dia a dia, não..."
*Skank*




5 comentários:

  1. Valeu, Dora! E concordo muito! Fui no primeiro dia de protesto em Curitiba e foi um momento muito emocionante. Só que já tá me preocupando porque está virando fervo.. Minha amiga foi no protesto de Uberlândia e tinha carro de samba e vendedores ambulantes de cerveja.. Já tão transformando em carnaval fora de época, sabe assim, e aproveitando pra festar.. E assim, destruindo tudo. Mas acho que de qualquer forma, já valeu demais!
    Beijo

    ResponderExcluir
  2. É Dora tomos somos políticos, mas discordo quando diz sobre a contradição neste ponto porque o político eleito representa o povo é um representante e além disso representa o partido dele. Portanto, as manifestações também são contra as gestões que nós elegemos ou seja eles. rs Fora isso, realmente nunca é à toa e reunir diante de tanta acusação de apatia milhares de pessoas é emocionante e histórico. unidos .

    ResponderExcluir
  3. É isso mesmo Rafael. Falta um melhor entendimento entre política e partidarismo por parte de muitos. São termos frequentemente confundidos ;)

    ResponderExcluir
  4. É, Dora, também vejo isso. Mas vamos dar um desconto. Somos um país onde reclamar é ser chato, político é ser ladrão... É tudo muito novo para nós. Principalmente para essa garotada que ainda sonha mudar o mundo.

    OBS: Adorei sua visita. :)

    Beijos

    ResponderExcluir
  5. Aaa só pra recordar tenho um texto baseado em pacato cidadão e é quase este o título

    ResponderExcluir