quarta-feira, 31 de julho de 2013

Quem sabe um dia...

Em tempo de visita do Papa e talz - vale ressaltar que estou só um pouco atrasada sobre a notícia, né? Mas não importa. E nem é para falar nada a respeito dele, mas o jeito dele foi uma agradável surpresa tendo em vista que o Papa é pop sim e muito pop, mas sem os tiros à queima-roupa, prova de que os cidadãos são mesmo pacatos, mas enfim, o meu propósito é a religião, digo religiosidade. Sim, porque são duas coisas bem distintas (e como!).
Eu sou uma pessoa autenticamente cristã. Sou. E nada vai mudar isso, porém, tenho tido algumas decepções. E até aí tudo bem. Quem não se sente desapontado uma vez ou outra? Normal. Normalíssimo. O grande problema é quando isso deixa de ser exceção para se transformar na regra, no padrão.
E por falar em padrão... mas deixa isso pra depois, mais pro fim da coisa.
Bom, antes de mais nada não é minha intenção desviar ninguém do santo e reto caminho. Não. Eu só gostaria de exteriorizar alguns pensamentos.
Eu nasci católica, sim, porque se você soubesse da promessa da minha mãe acerca do meu nome... você diria que sim, a pessoa que aqui escreve já nasceu católica. Estudei a vida inteira em colégios de freiras, na verdade somente dois, sendo o segundo dos quatro aos dezesseis aninhos. Minha formação foi bastante católica sim. E em meio a alguns embates da vida, cheguei na igreja evangélica. Continuando sempre no cristianismo, graças a Deus (redundante isso, não?).
E lá fiquei por bons treze ou catorze anos, até que algumas outras dificuldades foram me deixando mais reservada do meio evangélico. E eu digo com toda propriedade que muita coisa a gente só percebe depois que se afasta um pouco. E francamente, algumas coisas me deixaram envergonhada. Nada demais, sabe? Mas são coisas (e agora voltemos aos padrões lá do começo) absolutamente ridículas e tudo para que se estabeleça um padrão e é aí que viramos pessoas estereotipadas e facilmente identificáveis.
Algumas denominações mais severas fazem isso até no modo de vestir dos fiéis. E eu já vi lojas que se intitulam como "moda evangélica"... ora, francamente, isso é patético. E isso não é ensinamento de Jesus nem nada. Isso é criação humana. Uma forma de conseguir controlar certos hábitos das pessoas para que não se "percam". Caramba. Isso me chocou.
E tudo começou quando eu fui ler (que sempre fui dada à leitura) um livro com o título de "Uma Mulher Segundo o Coração de Deus". Minha gente, a mulher descrita lá é uma completa idiota. Isso foi o primeiro estalo de muitos outros subsequentes a esse. No que tange à leitura, era tacitamente proibido ler outros livros. Alguns lêem (como eu lia), mas as pessoas torciam o nariz e diziam que era livro "do mundo" (quero deixar claro que não todas, mas grande parte fazia isso sim).
E músicas? Se não forem evangélicas são "do mundo" também ( e pensar que assim que "virei" evangélica exterminei uma coleção linda de Caetano Veloso e TUDO de Legião Urbana, além de um sem fim de coisas "não convertidas" me dá arrepios), aliás, devo dizer que tudo o mais é "do mundo".
Fora isso, os jargões usados repetitivamente e de forma absolutamente superficial. Faltou-me a paciência quando me dei conta disso. E como demorou. A Palavra de Deus enquanto Bíblia merece todo o meu respeito, o problema não é esse, o problema é o uso inadequado do seu conteúdo. Isso me entristece muito. Vulgarizou-se.
Por último, pois se eu for mesmo detalhar tudo, preciso criar uma série, tem a cara de pau de alguns evangélicos bastante expostos pela mídia, o que é um problema, pois aqueles expostos são a principal referência de cristão para os de fora da igreja evangélica e asseguro-vos de que existe muita gente boa, honesta e decente nesse meio e que é vítima de uma corja de gente que se destaca mais por ter carisma e dessa forma envergonha o verdadeiro evangelho de Cristo.
Eu acho que se a igreja evangélica revisse algumas dessas maluquices estereotipadas melhoraria bastante. A severidade exagerada das coisas acarreta em legalismo. Pra ser sincera,eu sinto falta de uma comunidade como a que eu tinha, já que na minha concepção a igreja da qual eu fazia parte ainda é a melhor dentre todas as outras no que diz respeito a acolhimento e solidariedade. Quem sabe um dia eu volto. Quem sabe...

PS.: Retirei a opção de comentar apenas pelo Google+. Obrigava quem não tinha uma conta a criar só para comentar aqui, o que não me pareceu muito democrático...rs O problema é que os comentários dos usuários do Google+ somem :( Então, minhas sinceras desulpas à Mariana e a Rafael.

2 comentários:

  1. Essa Mariana sou eu? rsrs. Se for, não tive trabalho nenhum, tá? Já tinha conta no Google+. Só achei diferente a forma de comentar. ;)

    Quando li seu texto, pensei automaticamente no meu marido, um ex-evangélico convicto. Na hora, comentei do seu texto e ele quis ler. Como eu já imaginava, se identificou com você.

    Ele se afastou totalmente e não pensa em voltar. Acabou encontrando um outro tipo de fé (não de crença. Como você disse, ele é cristão e ninguém muda isso).

    Bem, eu também sou cristã. Batizada no catolicismo, fiz primeira comunhão... Mas não frequento nenhuma igreja. Ou melhor, nenhuma religião. Tenho muita fé, acredito em muitas coisas, mas não gosto de mortais (cheios de pecados como qualquer outro) me vomitando regras sem sentido.

    Beijos

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    1. É você, sim. Mas não é que dê trabalho, sabe? É que quem não tem um perfil no Google+ não conseguia comentar, aí retirei...rs Agora qualquer pessoa pode. Um cheiro ;)

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