Intermitências da morte ou eutanásia (?!)

A semana foi bem corrida e problemática. Meus dias terminaram em nebulizações muitas vezes durante a semana (o que por si só já me deixa bastante irritada). Os objetos inanimados resolveram manifestar-se contra mim em diversas ocasiões. E lá na biblioteca, meu point matinal, resolveram fazer protestos e assembleias a semana inteira em prol de menores preços pelas carteiras de estudante. Os bons(?!) e velhos programas de cad também tiveram seus “momentos” e travaram muitas e muitas vezes. A internet não ficou atrás e pensei seriamente em sugerir que seu provedor virasse “lentox” ao invés daquele outro nome. Claro que os inanimados domésticos não ficaram de fora e também tiveram uma atuante participação na tentativa de me tirar o pouco de sanidade que ainda restava aqui neste corpo. Enfim, todos os aspectos em perfeita harmonia para me infernizar... quase uma sinfonia de Beethoven. Perfeito.

*Uma semana "boa" assim tem que ser permeada por uma sexta-feira 13 também, senão foge à regra*

Paciência. Semana ruim é assim mesmo. Se fosse pra ser mais fácil, ela não seria tão marcante assim. Talvez o objetivo dela fosse este: tornar-se uma semana marcadamente chata, enfadonha e trabalhosa pra mim. Pelo menos não aconteceu nenhuma tragédia. Comigo, né?! Porque pelo mundo sempre acontece.
Tragédias pessoais à parte, andei acompanhando o caso da moça italiana em coma há dezessete anos, que nem sei se poderia se enquadrar numa tragédia. Não sei. Talvez não.
Isso sem falar na arrogância sempre presente do santo Vaticano (amém) que interfere em tudo que deve e que não deve também por se achar onipotente. Coisas da vida.
Mas as pessoas dividem opiniões. Uns são contra, outros a favor. Uns dizem que foi tudo forjado pela família, outros não. É um caso controverso. E como a mídia sempre se encarrega de distorcer muita coisa, a gente não tem como saber o que se passou direito.
Mas a questão é: eutanásia deve acontecer ou não?! Aqui ainda não foi aprovada. E toda essa história me lembra o livro As Intermitências da Morte de Saramago, onde subitamente as pessoas param de morrer. O problema é que elas param apenas de morrer e não de adoecer e de sofrer fisicamente. A sociedade entra em crise então. Muitos desejam morrer e sem poder, recorrem a uma espécie de “eutanásia”... bom, não vou contar o livro inteiro que perde a graça (mas adianto que é excelente).

Porém, volatando ao assunto, a dúvida continua em muitas mentes: deve-se permitir a morte ou não?! Uns dizem que desligar os aparelhos é um homicídio porque vai de encontro ao rumo natural dos acontecimentos, ao andamento da vida de alguém, mas sinceramente eu não sei até que ponto sobreviver através de aparelhos por tantas décadas possa ser algo natural... Em contrapartida, há quem tenha acordado de um coma muito longo sim... pois é, como diz minha amiga Juliana, essa história vai dar prano pra manga... muito mesmo!