As nossas esquisitices...

Uma fotografia antiga. É o que eu estava olhando. E fotografias sempre tiveram um certo encanto para mim... pelo menos até a máquina digital aparecer e banalizar tudo.

Sempre achei que coisas muito freqüentes ficam desvalorizadas, perdem o sabor. Viram rotina e aí ficam automáticas e ninguém se dá conta da importância...
Não que toda rotina seja desimportante, mas as rotinas têm um pouco de “desromantização” (ando usando tanto esta palavra ultimamente)... sei lá... o sentimento fica meio esquecido... As coisas ficam meio mecânicas...
O ser humano é muito esquisito mesmo! As coisas maravilhosas que acontecem a cada dia passam despercebidas muitas vezes por serem um hábito... Mas se aparece algo para dificultar ou interferir de algum modo nesse ritual diário, aí subitamente entende-se como antes era bom... E até as pequenas coisas ganham valor... Ah! As nostalgias humanas! Acho que a maioria de nós sempre fica melhor desejando o que não tem do que realmente tendo o que tanto se queria conseguir...
E tem mais... as alegrias sempre deixam este ser tão excêntrico (falo do ser humano, é claro) eufórico, mas talvez não seja a alegria o melhor estado de espírito.

As melhores músicas são as mais tristes e geralmente os melhores filmes e mais premiados também. E isso se estende aos poemas também, pois os melhores sempre são fruto de alguma tristeza ou tragédia. Um amor impossível ou não correspondido comove muito mais do que o relato dos dias alegres e felizes que fulaninho viveu junto com sua amada... Isso não tem muita graça... mas a dor de não poder ficar junto, a dor de ter sido separado de quem fulaninho amava sempre atrai e encanta mais... A dor, a dor... Sempre a dor. E na dor aprende-se mais mesmo. Até a Bíblia concorda com isso...
Por isso, eu acho sim que o ser humano é um “bicho” complicado demais... porque além da nossa insatisfação, ainda que inconsciente, muitas vezes, com a situação atual, (e talvez isso seja um ingrediente fundamental para realizar nossos sonhos e objetivos), ainda por cima ficamos “mais à vontade” com a tristeza e o sofrimento do que com as alegrias... É um negócio esquisito mesmo, a nossa natureza humana...

Mas... o assunto do início era uma foto, não era?! Eu falo depois sobre isso... Ela não é tão importante assim, afinal era só a foto de um casal que nunca virou casal de verdade (mais uma das nossas esquisitices)... Mas deixa essa história para depois... Hoje não...

______________________________

Recado à Camila: Se puder, deixa o link do blog aqui, porque não consegui voltar no teu blog. "perfil indisponível" ;)